quinta-feira, 31 de julho de 2008

O que dizem as moças

Gosto de ler o que dizem as moças por aí. Outro dia, li a entrevista de uma atriz famosa, 26 anos. Tem uma cara ótima, corpo ótimo, etc, fala-se até que é boa atriz.

Pois dizia, entre outras coisas, que gosta de ficar em casa e fazer comida para o marido (ótimo), e que considera esse negócio de igualdade entre os sexos uma chatice (!!!), que nós, mulheres, só ficamos com o lado ruim (!!!???), o barato dela é ser cuidada e ganhar colo...

Me dá um frio na barriga, por Deus.

Agora, por outro lado, leia um pedacinho só da entrevista com a Patrícia Poeta – lindíssima, 31 anos - na capa da revista Uma:

Uma: Para você, o que torna uma mulher elegante?

PATRÍCIA: Acho que hoje a elegância está muito ligada à capacidade de cumprir múltiplos papéis sem abrir mão de ser feminina. Nós trabalhamos, temos carreiras de sucesso, estamos na política, cuidamos de casa, criamos nossos filhos e amamos nossos maridos – tudo ao mesmo tempo. Nossa geração está aí para mostrar que é possível. E como somos mulheres do século 21 e pudemos partir daquilo que nossas mães já tinham conquistado, fazemos tudo isso com jeito e alma de mulher. Dá um trabalho danado, mas é extremamente compensador.

Não custa tanto assim dizer uma coisa bacaninha, né?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Diário de balzaquiana

"Alguma coisa aconteceu com o meu metabolismo depois que dobrei a esquina dos 29 e entrei, cantando pneu, nos 30."

Leia a crônica inteira no meu outro blog.

domingo, 27 de julho de 2008

Domingo com Teatro de Bonecos

Domingo ficamos sem a babá, então haja energia para passar o dia todo acompanhando o pleno desenvolvimento de uma “moça” de um ano e meio! Tenho cá meus truques, claro. Para aqueles momentos (raríssimos!) em que é possível tê-la sentadinha no meu colo, nada melhor do que “ler” um livro com ela, brincar de ampliar o vocabulário identificando as figuras e contando historinhas...

Ou cantar uma música, ou duas, ou três. Outro dia o pai dela abriu o piano e ensaiou meia dúzia de coisas que precisava lembrar para um trabalho, depois saiu e eu fiquei com ela. E ela, apontando o piano: “Cocá! Cocá!”.

Tradução: “Vamos tocar, mamãe! Está um saco aqui, o papai saiu, não temos nada para fazer e eu gostaria de ouvir aqueles sons maravilhosos que ele tão brevemente fez surgir desse instrumento que eu sempre desconfiei que não servisse para guardar vinho... Será que você poderia levantar a bunda aí do sofá e tocar para mim, fazendo o favor?”.

Eta. Argumentei que mamãe não sabe, que tal esperamos o papai, ele não demora, e se não der hoje, amanhã bem cedo ele...

“Cocá! Cocá!”

Respirei bem fundo, abri o piano e mandei ver o meu esboço (ridículo, diga-se) de uma harmonia em dó maior, até porque nem sei para que servem aquelas teclas pretas, e com as brancas também não me meto a besta. Com esforço comovente e três dedos da mão esquerda praticamente engessados, grudo aquela seqüência elementar - dó, sol, dó, fá, dó, sol, dó. E canto: fuuuui morar numa casinha-nha infestada-da de cupim-pim-pim... Etc.

Pois não é que me olhou com uma cara sinceramente emocionada, tanto que me empolguei e já ia puxando uma oitava acima para repetir tudo, agora animadíssima – foi quando ela segurou minha mão com sua mãozinha e disse, agora entre temerosa e piedosa:

“Papai...”.

Já entendi, querida. Vamos procurar uma liquidação de bolsas no shopping e não se fala mais no assunto.

***

Mas, para o caso de não haver piano ou bolsas com 70% off, aqui vai uma ótima para distrair a meninada no domingão: essa companhia carioca de teatro de bonecos chamada Papa Vento é uma gracinha, e tem alguns vídeos com trechos das historinhas no You Tube.

Esse é o “nosso” preferido, porque ela adora ver o jacaré roubando a roupa da Vovó e o menino procurando o jacaré. É muito legal ver que ela está começando a curtir os diálogos, o suspense, as surpresas e as piadas da historinha.

sábado, 26 de julho de 2008

Lembrete

Filha:
No segundo domingo de agosto a gente finge que esqueceu, dá bom dia normal e, de repente, aparece com alguma coisa brilhante ou útil ou simbólica ou satisfatória - dependendo do orçamento.

(Imagina se a gente ia ter esquecido. As mulheres têm memória de elefante.)



* Vitrine da loja Papel Objeto, no Flamengo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O papai e a sua menina

O papai e a sua menina. Costuma funcionar assim.

Os pés estalam no chão, na saída do elevador, a chave procura o buraco da fechadura; de repente, o sol chegou. Não era fim de tarde ainda agorinha? E vai acontecer alguma coisa muito boa, ou a comida ganhou outro gosto, ou a sobremesa invadiu a colher e ela ganhou um beijo na testa. Ou tudo isso. Ele a rodopia, faz dar cambalhotas no ar, e seus braços são um balanço, mas também um seguro corrimão na hora do susto. Que ela gosta, e pede bis. Agora, a voz dele é anúncio de alguma festança que não tem nenhum motivo. E muito menos prazo para acabar - o que é melhor ainda.

Do nada, o papai e a sua menina. De lugar nenhum, um botão de camisa virou novidade, e tem outro, e mais outro. O que é isso? É seu nariz de campainha. Cadê a menina? Se escondeu atrás do risinho abafado de propósito para ele encontrar. Achou! Ela também quer que ele sinta alegria. Ela também quer ter os seus botões. E como tem.

O papai e a sua menina, plim!, ele fez uma mágica. Agora ela virou uma menina de circo - e ele virou trapézio, leão, palhaço, picadeiro e algodão-doce. Desde que ela nasceu, funciona assim: o papai e a sua menina. Sempre, sempre, todos os dias.

Às vezes, ele tem ido se deitar tão tarde que parece que nem vai dar tempo. Mas já acorda equilibrando bolinhas coloridas.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Finalmente, invadiram meu Orkut

Invadiram a minha conta no Orkut, não sei com que finalidade. No lugar do meu nome apareceu uma palavra ilegível e, onde havia foto, puseram um bilhete assim: "tirei a foto porque o assédio era demais!".

Rá-rá.

Fiquei P* da vida e deletei a conta, claro. Perdi contato, de uma só tacada, com sei lá quantos amigos e conhecidos.

A vocês: desculpem!

Sou tão ignorante nesses assuntos que não sei se fizeram/fazem isso por algum prazer pessoal, ou se tenho inimigos ocultos na web, ou se é um robô que chupa a senha dos outros e depois, lá pela meia-noite, vai invadir a conta corrente para roubar meus dólares (pobrezinho). Não sei mesmo.

Por via das dúvidas, troquei todas as senhas da minha vida e já transferi os dólares para uma conta na Suíça. É questão de tempo, eu sei, daqui a pouco vai aparecer minha silhueta num quadradinho e os longos telefonemas (fazendo tricô com a minha mãe) no Jornal Nacional, um bafafá hiperbem-vindo que transformará de vez meu anonimato em passado perfeitamente deletável.

Não vejo a hora. Estava mesmo me sentindo muito rejeitada por nunca terem invadido minha conta no Orkut. Pega nem bem, né?

Manha para trocar as fraldas

De um tempo para cá, ela começou a reclamar na hora de trocar as fraldas. Enquanto era só um resmungo eu deixava passar, conversava e distraía um pouco, tudo bem. Mas a coisa foi complicando e se transformando em protesto. Ou seja, birra. Ou seja, manha.

Tive uma conversa séria com ela, expliquei que o bumbum não podia ficar sujo. Cada vez que eu perguntava “tá?” ela respondia, definitiva: “não.”

Filhota, a mamãe não está mais perguntando. Nós vamos combinar uma coisa. Não pode fazer manha nessa hora. E acabou-se.

(Me olhava, compenetrada).

Não fui rude, não levantei a voz, apenas expliquei que não pode e não pode mesmo. É mas ou menos como cantar de ouvido, você vai intuindo os caminhos melódicos. Repeti várias vezes o refrão: “nessa hora não pode fazer manha”.

E surtiu efeito. A gente pensa que eles não entendem, mas “é ruim” de não entenderem! Sacou tudinho, e tirei a prova no dia seguinte. Primeira troca de fraldas, ela começou a ensaiar a reclamação e eu apenas olhei bem sério e perguntei:

- Filha, lembra o que a gente conversou ontem? O que é que não pode fazer nessa hora?

E ela, animadíssima como quem adivinhou uma charada:

- Manhaaaaa!!!

Disfarçadamente, pegou uma boneca e começou a se distrair enquanto eu trocava a fralda. Danada!

sábado, 19 de julho de 2008

Blog de mãe

Um blog bem escrito, belo e doído demais. Blog de mãe. Aqui.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Voando baixo, mas voando!

Linda essa série do fotógrafo Jan von Holleben chamada Dreams os Flying. Ele realizou o "sonho" de algumas crianças, fotografando-as no chão como se estivessem voando.



Achei no Favoritos.

Mais fotos da série aqui.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Envelhecimento precoce - infantil!

Eu voltava do supermercado e um grupinho de crianças ia andando um pouco à frente das respectivas mães. Riam alto, gesticulavam – normal. Assim que passei por elas e ouvi o assunto, fiquei boba. Uma menina se queixava (com muito bom humor):

- Caraca! Eu envelheço muito rápido! Me lembro perfeitamente de quando eu tinha sete anos, parece que foi ontem. Daqui a pouco eu vou ser uma velha!

As outras achavam graça, quando um menino (mais novo) rebateu:

- Pior eu, que estou envelhecendo mais rápido que você. Ainda me lembro de quando eu tinha seis!

Vaias gerais.

- Aaaaah, não vale, né? Você só tem sete agora!

- É, e tem outra coisa: você é homem.

- E daí?

- Daí que homem envelhece mais devagar, todo mundo sabe.

As meninas eram maioria, sendo que a mais “velha” delas – que se queixava do envelhecimento precoce – devia ter, no máximo, uns nove anos.

***

Então. Em vez de ficar acusando a mídia e a indústria dos cosméticos, que costumam bombardear estúpidas observações subliminares sobre o envelhecimento como sinônimo de “avacalhamento”, vou pular para a cena seguinte. Corta para:

***

Elevador, domingo de manhã. Minha filha, meu marido e eu indo tomar o café na rua, felizes da vida porque conseguimos uma hora para dar uma escapadinha – programa em família.

Aquela luz de elevador, vamos combinar. Eu mal tinha dormido de sábado para domingo, mil coisas. Olhei o espelho e espetei, sem um pingo de consideração comigo mesma e com os demais:

- Tô véia. Cruzes. Tô véééia.

Ela não entendeu patavina, mas repetiu (porque repetir é seu esporte predileto no momento, e porque repetindo se aprende):

- Véééia!

Argh, que bela lição. A mãe se mira no espelho frio de uma manhã dominical e, fazendo cara de “que fiz eu da minha vida?”, lasca a sentença exagerada, injusta e inutilmente arrependida: tô véééia.

Isso é coisa que se diga aos 30? E aos 40? E aos 50? E aos 60?

Toma jeito, Bíbi.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Casaquinho no You Tube

A espera das mães

Esperas e surpresas de mãe... Seu Casaquinho, agora em videozinho.

Que acharam?
Beijos.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Balanço

Filha,

eu ontem sonhava que te via andando de balanço na pracinha. Minto! Eu ontem te vi, de verdade e ao vivo, andando de balanço na pracinha. É que parece que foi ontem quando eu sonhava, mas já faz o maior tempão, você ainda estava balançando dentro da minha barriga e eu nem sabia como seria esse seu rostinho tão risonho e entusiasmado andando de balanço na pracinha...

Como eu vou fazer para te explicar essas coisas do tempo quando você quiser saber, meu Deus?

Ai, o tempo.

Sabe quando você anda de balanço e a sua franja parece que vai voar no horizonte, mas na verdade não vai, mas você gosta de achar que vai, mas também tem um pouquinho de medo, mas é melhor continuar balançando e brincando de vai-não-vai-será-que-agora-vai?

Ai, o tempo.