quarta-feira, 30 de abril de 2008

Caixa dosadora de leite em pó

Da série: Bugigangas! Não vivo sem.

Distraída, descobri por acaso, nas Americanas da vida, essa tal caixinha dosadora de leite em pó (o nome veio através do Google, eu não fazia a menor idéia). Estava lá, num balaio enorme, e custava cerca de R$ 2,00. Achei curioso e me encantei de primeira, é realmente muito prático!



Tem três compartimentos separados. A tampa você gira, e direciona sua (única) abertura para o compartimento que desejar. Daí é só virar o pó dentro da mamadeira com água e está pronta a refeição.

Descobri um pouco antes da viagem, e foi o melhor negócio. No avião, no hotel, em todo lugar - facilita muito a nossa vida. Deixar as coisas prontas com antecedência é sempre bom quando se tem um bebê faminto nos braços.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Vendo poesia usada, motivo: botas novas

Filhota

O dia das mães se aproxima
E eu vi um par de botas na vitrine

(Uau! Só digo isso)

Mas você hoje me deu um abraço
Está bem, eu pedi
Está bem, quase implorei!

Mas você, você, vocezinha
Com esse seu um ano e pouquinho e só
Como poderia entender?

(Marrom, de cano alto, bico redondo)

Quando vi - e eu nunca tinha visto antes
Você veio vindo com os dois bracinhos
E se enroscou no meu pescoço, assim
Deitou o rosto no meu ombro, assim

(Pareciam tão confortáveis, eu andaria quilômetros com aquelas botas!)

E o melhor de tudo:
Você era, minha filha,
Tão de verdade.

(Troco poesia do tipo “simplesinha” por par de botas do tipo “uau!”, assim que você tiver seu próprio dinheiro e eu, menos vergonha na cara ainda).

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Olha quem está andando!

24 de abril de 2008

Filha, hoje você andou pela primeira vez. E a mamãe soube pelo interfone.

- Dona Bíbi, a Lara tá andando.

- Hum.

- Sozinha!

Achei que era exagero da babá e nem desci ao play. Ok, está andando, dois ou três passinhos, isso eu já vi. Todo mundo viu. Andando sozinha? Como assim, andando sozinha?

Quer dizer, sem mim?

Imagina. Não tinha um cordão que nos ligava até outro dia? Eu lembro, estava aqui limpando seu umbigo com álcool, foi ontem mesmo, ainda sinto o cheirinho.

- Pô, mãe. Precisava botar esse papo nojento de umbigo no meio do texto?

Você nem bem começou a andar sozinha e já está dando pitaco no meu texto, com essa cara de quem tem 14 anos e já pensa que tem 18. Pois saiba que eu, na sua idade...

- Mãããe! Alooo-ou! Coisa mais careta essa conversa de “eu, na sua idade”. Não se usa mais isso, sabia? Aliás, não se usa nem a palavra careta. Mas isso eu dou desconto, porque esse texto foi escrito no seu tempo, e...

No meu tempo? Como assim, no meu tempo? Desde que o médico cortou aquele bendito cordão, a sua quilometragem está rodando junto, viu? Portanto, é seu tempo também.

- Tá, eu digo no tempo em que você era jovem. Ops! Mais jovem.

Sabe o que te salva?

- Ser sua filha querida do coração?

Não. O que te salva é que você diz essas coisas dentro da minha imaginação.

- E se eu, algum dia, disser do lado de fora?

Você não seja doida. Que eu te engulo e começo tudo de novo, dentro da minha barriga.

- Ah, mãe. Justo agora que eu comecei a andar sozinha?

sábado, 19 de abril de 2008

Cisma de bebê

É tão engraçadinho: eles aprendem por repetição e vivem sendo inéditos. Nunca vi coisa mais repetitiva – e menos repetitiva - que um bebê de um ano. Parece que o mundo é uma grande cisma. Palavras. Sílabas. Pessoas. Tudo é cisma. E, de tanto cismar com o velho, aparecem com uma novidade a cada momento.

- Filha, esse é o hipopótamo.

Eu adoro dizer palavras complicadas só para ouvir o jeito simplificado e fofo que ela inventa para pronunciá-las.

- Popó. Popó. Popó.

Pronto, cismou com o hipopótamo.

- Isso mesmo, querida. Hipopótamo.

- Popó. Popó. Popó.

Ela está com o dedinho indicador sobre a figura redonda do hipopótamo, como se quisesse me mostrar. Acho que já não lembra que fui eu quem mostrou primeiro, ou não se importa com isso. Para incentivar, demonstro surpresa.

- Ah, é? Esse é o hipopótamo? Mesmo?

- Popó! Popó! Popó!

Repete, animadíssima. Dedinho na figura, olhos arregalados.

- Você achou o hipopótamo aí, foi? Mas que menina esperta!

- Popó! Popó! Popó!

Acabo me animando com a alegria dela e tenho vontade de mostrar hipopótamos nas enciclopédias, dizer o que comem, procurar quanto pesam, achar vídeo no You Tube, hipopótamos que cantam, cozinham, como dormem, hipopótamos de todas as cores, comprar hipopótamos de pelúcia, chocolate, marzipan...

O melhor da cisma dos bebês é ser adoravelmente contagiosa.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Relato e dicas - viagem com bebê

Idade: 13 meses.
Destino: Europa (Viena, Salzburg e Praga).
Duração: 17 dias.

Ficha técnica

Produção: o pai, que viajou a trabalho e nos arrastou junto.
Direção: o pai, claro. Mamãe aqui é muito desorientada.
Atriz principal: Lara, nossa pimpolha.
Luz: Meus pais decidiram ir junto. Isso foi uma luz no meu caminho!
Figurino: Amigos que viajaram e trouxeram roupas de frio para ela, vovós e vovô que presentearam... E a mamãe aqui, que, modéstia à parte, arrumou a mala que foi uma maravilha.
Apoio: todos. Qualquer apoio é bem-vindo quando se viaja com um bebê.

CENA UM
Aeroporto com bebê


Nos aeroportos, estar com um bebê é um facilitador. Evita-se fila em check in, na Polícia Federal, etc. Passar direto é um alívio.

Mas aqui vão algumas dicas importantes:

1. Em caso de vôos internacionais/longos, você pode e deve solicitar um berço para o bebê na hora da reserva, além da refeição especial. Se viajar através de agência, peça e insista, cheque, confirme se o seu agente pediu MESMO o tal berço. No nosso caso, houve uma confusão e a agência havia reservado para “criança” em vez de “bebê”. Resultado: na hora do check in, tivemos a sorte de pegar uma moça bacana que conseguiu alterar os dados. Mas a comida que veio era para criança maior (hambúrguer, batata frita, chocolate). Segundo a moça do check in, isso não daria para mudar em cima da hora porque eles preparam as refeições com antecedência. Então, fomos a uma farmácia no aeroporto e compramos uma papinha da Nestlé, que ela odiou e acabou não comendo nada – mas, pelo menos, tomou a mamadeira e beliscou outras coisinhas macias das nossas próprias refeições. Dá-se um jeito, mas é sempre melhor prevenir e evitar estresse.

2. Para transportar o bebê no aeroporto, uma ótima idéia é levar o canguru. Isso porque o carrinho só pode viajar despachado junto com as malas. Então, na sala de embarque (e noutros aeroportos, em casos de conexão), só se pode entrar com carrinhos tipo guarda-chuva, mas aqueles muito leves – como a moça do check in explicou: “do tipo vagabundinho”. Esse, sim, pode ser levado como bagagem de mão. É sempre bom lembrar que as distâncias percorridas a pé dentro dos aeroportos, para desembarcar e fazer conexão, podem ser enormes. Se você despachar o carrinho, só o terá de volta no local de destino. E ainda precisa carregar as bagagens de mão!

3. No novo passaporte brasileiro não consta filiação. Portanto, não se esqueça de levar a certidão de nascimento do bebê. No check in a atendente aconselhou, e eu já tinha à mão. Acabamos não precisando apresentá-la em lugar nenhum no exterior, mas nunca se sabe!

CENA DOIS
Avião com bebê


Minha experiência foi com vôo noturno, o que recomendo. Lara dormiu praticamente o percurso todo. Dicas:

1. Atenção ao tamanho da criança: minha filha pesa cerca de 9kg e mede 75cm, e o berço que eles encaixam na parede à frente do assento tem limite de 10kg/70cm. Ou seja, ela ficou meio apertadinha e não acredito que possa fazer outra viagem nesse berço.

2. Na bagagem de mão, hoje não se pode levar líquidos (tem um limite em ml muito pequeno). Viajando com bebê, normalmente eles abrem exceção, mas se eu fosse você não contaria com isso e nem se preocuparia: no avião, é muito fácil e rápido pedir para encher a mamadeira de água mineral ou conseguir um suco.

CENA TRÊS
Nos hotéis com bebê


1. Nos hotéis, também é importante pedir o berço na hora da reserva. Para minha surpresa, os hotéis estavam lotados de bebês! Houve um engano numa das cidades, reservaram um quarto com cama de solteiro e foi difícil trocar na hora. Conseguimos.

2. O quarto acaba virando a sua mini-casa, então é bom ter paciência e senso de organização. A primeira coisa é separar um lugar para cada coisa: produtos de higiene, mamadeiras, comidinhas, roupas, sapatos, etc. Numa viagem o tempo corre demais, é sempre bom não ter que ficar pensando onde raios foi parar tal coisa...

3. Onde raios foi parar tal coisa? Isso você vai se perguntar a cada 5 minutos, por mais organizada que seja. Relaxe. Perdi e achei objetos dezenas de vezes, afinal, lugares estranhos, lençóis, cobertores, travesseiros, móveis que não são seus... e um bebê aprendendo a andar e mexendo em absolutamente tudo! Não espere milagres.

4. Alimentação. Se o seu bebê ainda não mastiga tudo facilmente, e também não come papinhas da Nestlé, alimentá-lo pode ser um pouco chato. Mas não é impossível. Como a Lara já mastigava, mas não estava acostumada a comer nada muito seco (sempre acrescentamos caldo de feijão, coisa que não tem lá), tivemos que improvisar: pedimos no hotel que fizessem uma sopa de legumes cremosa especialmente para ela, e acabávamos levando a sopa aos restaurantes e misturando com alguma outra comida - macarrão, filé de peixe, etc. Assim, dava uma molhadinha e ela comia legal. No final da viagem, já comia macarrão à bolonhesa tranqüilamente.

5. Limpeza e praticidade. Eu, que sou organizada e paranóica, levei, além da escovinha própria para lavar as mamadeiras:
- dois panos de prato;
- detergente (que improvisei enchendo um frasco menor de outra coisa cujo conteúdo tinha acabado, para não levar muito peso);
- sabão líquido próprio para as roupas de bebê (fiz o mesmo procedimento enchendo um frasco pequeno);
- Esponja de lavar louça.

Lavava as mamadeiras na pia do banheiro e enxaguava sempre com água bem quente (orientação do pediatra), o que me ocasionou queimaduras nas mãos logo nos primeiros dias. Portanto, sugiro luvas.

Para lavar roupinhas pequenas no hotel, eu as deixava de molho dentro de um saco plástico com o sabão líquido e um pouco de água. Horas depois, bastava esfregar um pouquinho, enxaguar e pendurar naquele varalzinho que muitos hotéis colocam sobre a banheira.

Também levei potinhos de diferentes tamanhos e formatos que me permitiram armazenar comidinhas e transportá-las quando necessário.

CENA QUATRO
City tour com bebê


Com um ano de idade, os bebês geralmente já são mais fortinhos e agüentam passeios relativamente longos. Por outro lado, também já podem ficar entediados e dar algum trabalho - ficar sem posição no carrinho, choramingar sem motivo aparente, querer desesperadamente alguma coisa que você, desesperada e longe de casa, nem imagina o que seja. E talvez não seja nada, só tédio mesmo.

A Lara foi ótima 90% do tempo, alegre, brincalhona e paciente, mas, às vezes, rolava um ataque-surpresa de insatisfação e parecia que nada iria resolver. E nada resolvia mesmo, só o tempo.

Dicas, dicas:

1. Tenha paciência. Não se iluda achando que o seu passeio vai ser igual ao de “gente grande” só porque o bebê não sabe falar (e quem cala consente). Às vezes, ele vai se expressar do jeito dele, e você vai se sentir absolutamente incapaz de agradá-lo. Sou uma péssima mãe. Que idéia de jerico eu tive. Pobrezinha, além de não aproveitar, ainda está com raiva de mim, agora sim eu ferrei com tudo e... Calma, paciência com você também! Numa viagem, tudo passa rápido: momentos bons e ruins. Portanto, trate de aproveitar os bons e só.

2. Invista num ótimo carrinho. Vale muito a pena. Nós compramos um Chicco em Viena que custou a metade do preço dele aqui no Brasil. Em viagem, é importante ter um carrinho que seja confortável para o bebê, tenha ótima suspensão e, sugiro, posições variadas. Se ele permite que o bebê fique bem sentadinho e também completamente deitado, melhor. Lara tirou longas sonecas (de 1:30!) enquanto rodávamos pelas ruas de Viena e bebíamos maravilhosos cafés. Não tem preço.

3. Faça jantar de supermercado: prático e barato! Já que o bebê dorme cedo e não se pode sair para jantar mesmo, uma dica boa é fazer compras em supermercados. Alguns têm opções apetitosas de comidas prontas, saladinhas, queijos maravilhosos, pãos inacreditáveis. Dá para fazer uma festa com poucos euros.

4. Finalmente (e não menos relevante): divirta-se e seja muito coruja. É ótimo ouvir elogios de como sua filha é linda nos mais variados idiomas e constatar que, sim, é fato!, ela é mesmo a criatura mais maravilhosa do universo! Hoho.