sexta-feira, 21 de março de 2008

Viena com bebê



Graças a Deus - e diferentemente da mãe -, ela se dá bem com mapas!

PS: Estamos em Salzburg. Notícias da viagem em breve! Beijos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Bagagem de Mãe (ops! De mão)

Mamadeiras, fraldas, lenços umedecidos, chupetas, leite em pó.

Revistas para ler. Revistas para rasgar.

Manoela (fantoche).

Amélie Poulain (mini-bonequinha de pano). Celular da Amélie Poulain.

Gorro da Manoela (fantoche), que vira um confortável sleeping bag para a Amélie (bonequinha), um prático saquinho para guardar queijo Polenguinho, uma cartola improvisada – de onde saem queijos, coelhos imaginários, sapos cururus e o que mais o delírio de uma mãe desesperada para entreter a filha permitir.

Travesseiros infláveis de vôo. Para o caso de sucesso absoluto.

Qualquer caixinha (ela está na fase de abrir e fechar, acha um divertimento sem igual, portanto, passa um tempo precioso quietinha fazendo isso – uns 27 segundos, uau).

Calculando rapidinho: o vôo tem cerca de 11 horas, ou 660 minutos, ou 39.600 segundos. Preciso arrumar 1466,66 caixinhas.

Caramba, onde vou achar 0,66 caixinha? Finalmente, achei um problema à altura das alturas. He he (riso nervoso).

Próximo post: Áustria.

domingo, 9 de março de 2008

Até tu, birra?

Hoje você fez birra. Minha filha, você fez birra. Vamos fazer de conta que eu não vi. Mas eu vi, sim, que você fez birra.

Muito bem, o negócio é o seguinte. Aqui temos papéis a cumprir, você e eu. Não vou ficar chateada, magoada, irritada porque você queria mexer na tampa do vidro – e eu não deixei. Duas vezes, não deixei. Três. Quatro. E você endureceu todos os músculos do rosto, ou pelo menos os que você sabe endurecer, e emitiu sons arranhados e agudos. E eu segui não deixando.

Você ficou indignada porque o endurecimento dos músculos do seu rosto não surtiu efeito algum no universo, tampouco seus sons contrariados, e me olhou bem desafiadora.

- Grrrsssffffmmmmxxxxssss!!!

Ralhou comigo em russo. Só me faltava essa. Continuei não permitindo que você mexesse no vidro, em bom português.

- Aqui não pode.

Você deve ter pensado, eu aqui me esforçando no vocabulário e essa mulher limitada engasgou-se numa frase, aqui não pode, aqui não pode, mas será o Benedito? Isso eu já ouvi, não pode. E daí que não pode? Se eu quero. Tem que poder. Por acaso eu tô falando russo, ô?

- Aqui não pode.

Você me desafiou outra vez, agora duas oitavas acima. Meus assustados tímpanos me questionaram: tem certeza que ela não pode mexer no vidro, uma vezinha só, vai?

- Aqui não poooo-deeee!

Ser mãe é botar os tímpanos na zaga se preciso for. E não permitir certos chutes a gol (nem por um estádio inteiro de insistências).

Ser filha é fazer birra e ver até onde vai colar, por isso não vou me chatear com você. É seu papel, está escrito no manual prático de como ser um bebê normal: fazer birra e tentar espichar o elástico do “não pode” até ele se romper e a gente ficar só com a parte do “pode”.

Surpresa! Mamãe está aqui para lembrar, docemente, a parte não tão doce da vida. Não pode o vidro, mas pode a bola. O carrinho. Olhar o céu. Apertar o caracol de borracha. Dar beijinho. Quanta coisa boa a gente pode!

Sabe? Secretamente, até achei sua birra engraçadinha.

Mas isso eu só conto quando você fizer 30 anos.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Música

Filhota,

quando a mamãe canta “atirei o pau no gato”, é música. Só música. Não tem pau e não tem gato. Ao mesmo tempo, tem todos os gatos do mundo, e todas as mães que cantam para todas as crianças da Terra (e as que já cantaram, e as que cantarão um dia), e todas as donas Chicas, e todas se admiram do berro que dá o gato que não há.

Assim é música. Parece que não tem nada dentro, mas é só fechar os olhos para a gente enxergar que, na verdade, tem tudo - e cada vez vai tendo mais. Ouve só.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Consumo de mãe

Socoooorro!, eu estou virada numa mãe cafona e consumista, fico vidrada nas vitrines de balas coloridas e toda sorte de porcaria que a minha filha ainda nem teve o azar de provar, pobrezinha!, pelo menos juízo ainda me resta. Não compro nada disso.

Ah, mas que vontade eu tenho de enchê-la de guloseimas açucaradas, ver o sorriso dela iluminando a minha cara-de-pau de mãe cafonérrima e sem noção que pagaria 50, 100 ou 200 reais por uma cabeça de coelho da Páscoa com duas orelhas que dariam para dar um nó em volta da barriga dela, e ela gargalhando, e eu me acabando de alegria, e ela se lambuzando de chocolate até enjoar, e eu nunca enjoando.

Já disse, não compro. Já pensou se dá cárie em todos os (dois) dentinhos dela?

Hoje não resisti: comprei dois pares de meias antiderrapantes. Mas isso pode, não causa cárie nem é brega. Acho.

A minha alegria balançando aquelas meias. A mulher do caixa: é para presente? A minha alegria: não, é para a minha filha mesmo. Ela está aprendendo a andar... AR! AR! AR!

(O meu orgulho ecoando pelos corredores do shopping).

O coelhinho não me escapa.