sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Filha com febrão

Primeiro, queria me desculpar pela ausência e falta de simpatia por não ter agradecido antes aos “parabéns” pelo meu aniversário. Antes tarde do que nunca: obrigada e obrigada pelo carinho de vocês!

Saí do ar nesses últimos dias porque a Lara teve o primeiro febrão da sua vida, portanto, das nossas vidas. Gente, que agonia. Acordou chorando e passou o dia grogue, com uma gripe forte que a deixou abatida como eu nunca tinha visto antes. Ligamos para o pediatra e medicamos; felizmente, ela se recuperou rápido. Mas, ainda hoje – terceiro dia –, está com uma tosse bem feiosa, embora ande saltitando pela casa atrás da bola e já exerça normalmente suas funções domésticas (dar “banho”, “comida”, etc) com a boneca chamada “neném”. E sem febre.


“Babãe” caiu também

Dias atrás, saindo da academia, suada, deparei-me com a chegada da frente fria. Um vento entrou rasgando pelos meus ouvidos e ameaçou: óia a griiiipe! Mas mãe não pode ficar doente, como se sabe. Meu pânico é passar qualquer vírus para a Lara – já bastam as besteiras que a gente comete no afã de educar corretamente, não carece transmitir doença também.

Então, como são as coisas. Guardei os ventos e as frentes frias dentro de mim, apertei com bastante força e fiquei boa antes mesmo de ficar ruim. Não tive nada, nem um espirro.

Pois, passados uns dias, a pobrezinha caiu nocauteada. Sofri como nunca tinha sofrido com Lara doente, porque Lara nunca tinha ficado doente assim antes. Passamos o dia em volta dela, entre lenços de papel, conta-gotas e carinhos a granel. Quando a noite chegou, ela já apresentava sinais de melhora. E eu sentia que aquele febrão ia migrando para a minha testa, como de fato aconteceu na manhã seguinte.

Passei o dia de ontem, como diria meu pai, feito “um trapo velho e podre”. À noite, sem babá e com o papai trabalhando fora, ficamos as duas tossindo e reclamando da vida em casa, consoladas por macaquinhos e dinossauros roxos no Discovery Kids. O termômetro passeava de um sovaco a outro, mas felizmente já não acusava febre alta em ninguém. Vencemos, filha. Cof, cof. A babãe já sabia!

domingo, 23 de novembro de 2008

Viva eu

Estou oficialmente de aniversário. Filha, a mamãe está de aniversário hoje. Viu?
E ela, animadíssima:

- Viva o Barneeeey!!!

Um dinossauro, e roxo.

- Viva eu, né, filha?

- Viva eu. Viva eu. (Batendo no peito).

Melhor que nada.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Transporte seguro para as crianças

No dia 17/11, a ONG Criança Segura divulgou uma nota repudiando o novo prazo (31 de março do ano que vem) para a comercialização de cadeirinhas de transporte infantil sem o selo do Inmetro. A briga é longa e nos deixa na pior condição possível: a de não saber como proporcionar segurança aos nossos filhos.



No site do Inmetro, há uma nota de esclarecimento sobre o assunto (do dia 6/11). Eles explicam que a certificação nas cadeiras automotivas se tornou obrigatória somente em abril de 2006. Acontece que nenhum laboratório brasileiro topou se equipar para fazer os devidos testes nas cadeiras (alegaram que “o investimento não traria retorno”), o que obrigou o Inmetro a recorrer aos estrangeiros. Enrolados e apertados pelo prazo, fabricantes e comércio pediram mais tempo para resolver a questão. Alegando que o consumidor sairia prejudicado se os produtos sumissem, o Inmetro esticou a corda e liberou a venda até março.

E o próprio Inmetro salienta: “Obviamente, a certificação agrega confiança na conformidade à norma, mas não necessariamente devemos entender que os produtos sem certificação compulsória são inseguros. Principalmente, no caso em pauta, em que muitos estão no mercado com certificação voluntária.”

Pelo sim, pelo não, a ONG Criança Segura divulga em seu site uma lista das 27 cadeirinhas que já têm o selo de segurança compulsória. Vale consultar.

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Outros links ótimos da ONG Criança Segura

Guia da Cadeirinha - qual o tipo adequado para cada criança, por peso e por idade.

Dicas de Prevenção – como levar as crianças com segurança, erros mais comuns, etc.

Legislação – saiba o que é obrigatório no transporte infantil.

Selo do Inmetro – como identificar?

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Pequeno clipe doméstico para coisas que não sei dizer



A Estrada

Letra e música, voz e baixo: Bíbi Da Pieve
Guitarra e violão: Adal Da Pieve
Bateria: Lori Guimarães
Produzido por Mayrton Bahia

Imagens: arquivo pessoal
Rio – Viena – Salzburg (a Catedral)
Participação especial: Lara Prado (na barriga e fora dela)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bebê digital

Eu estava dando o jantar a ela quando ouvimos aquele barulhinho do Outlook acusando recebimento de mensagem. Quis fazer um suspense:

- Olha o barulhinho!

Já ia inventar uma historinha de fadas, plim-plim, borboletas mágicas, duendes, sei lá. Mas ela me cortou:

- Do computador do papai.

Ah, bão.

**

Ela senta no meu colo e ficamos vendo o Barney (e equivalentes) no You Tube. Quando demora um pouco para carregar o vídeo, eu explico: filha, tá carregando. Tem que esperar. E ela espera, mas sacode os pezinhos o tempo todo.

Outro dia nós fomos à casa da vovó. Toquei a campainha, e ela, impaciente:

- Vovó. Vovó. Vovó.

- Calma, filha, tem que esperar.

Pensou um pouco, concluiu:

- Tá carregando.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Aprender com os filhos

Antes de ser mãe, sempre ouvi que “a gente aprende muito com os filhos”. Passei o domingo inteiro com ela. Workshop de poesia.

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“Bonito”


Estávamos brincando no quarto dela. Tocou a campainha, ela fez uma carinha de expectativa e me perguntou:

- Quem é?

Resolvi devolver a pergunta.

- Quem será, filha? Quem você acha que é?

- Vovô.

- Você está com saudade do Vovô Luiz, filha?

- Bonito.

Ninguém escreveria um diálogo em que a resposta afirmativa para “você está com saudade?” fosse, simplesmente, “bonito”. É coisa de criança, pura poesia.

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“Do meu coração”


Eu empurrava o carrinho pela calçada e, de repente, percebi que passaríamos por um homem dormindo no chão. Enrolado num cobertor sujo da cabeça aos pés, na verdade os pés e a cabeça apareciam, descobertos e cinzentos, dando impressão de que aquilo tudo era uma só coisa esquecida e abandonada, coberta e homem, unhas, cabelos, tristeza e só.

A primeira coisa que meu instinto materno – politicamente incorreto, claro – apontou foi: preciso desviar, ela vai sentir medo. Ela só tem pouco mais de um ano e meio, ainda não pode entender certas coisas. Vai se sentir ameaçada, imaginar que é um bicho, chorar, levar um susto. E tem mais: aquilo era a imagem da tristeza, da solidão e do abandono, e eu não quero que a minha filhinha tenha contato com isso tão cedo. Ponto final.

Uma vírgula, não dava mais tempo de desviar. Era dia de finados, a rua estava abarrotada, tinha maratona no Aterro e os carros estavam estacionados tão próximos uns aos outros que não caberia nem uma pessoa magra, que dirá uma mãe com carrinho. Não pude evitar; passamos pelo mendigo.

- O moço. O moço.
- Sim, filha, é o moço.
- Dormindo.

Apressei o passo.

- Isso mesmo, filha, o moço está dormindo.
- Quer ver.
- Eu sei que você quer ver, mas o moço precisa descansar, vamos deixar ele ali.
- Quer ver. Quer ver.

À medida que fomos nos afastando, ela deitou a cabecinha para poder acariciar o encosto do carrinho e, como faz com as bonecas quando está brincando, deu pequenas palmadinhas e cantou:

- Nana, moço, do meu coração...