segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Acordar o bebê para mamar

Outra importante colaboração em forma de comentário (dessa vez, da Luna) confirma a minha impressão de que se deve falar mais sobre o assunto: acordar o bebê para mamar!

"Oi Bibi, cheguei no seu blog atraída por este post... passei pela mesma angustia que a Sinara. Com 15 dias meu bebê em vez de ganhar peso tinha perdido 40g, fiquei desesperada. Ele mama bem, mas o problema é que não acordava e não reclamava de fome. Como mãe d primeira viagem eu acreditava que quando ele estivesse com fome iria chorar, ledo engano! Quando são pequenininhos, como vc mesma disse é preciso acordá-los (o que nem sempre é fácil) e amamentá-los de 2 em 2 horas, não é uma tarefa fácil, pelo contrário super desgastante, mas em uma semana já se nota diferença.

Boa sorte para a Sinara."


Obrigada, Luna, pelo seu comentário!

Acordar o bebê é um assunto polêmico, e ainda há quem pense que faz mal. Na verdade é um mito, e acredito que faça parte de um conjunto de informações difundido numa época em que se valorizava uma espécie de "sabedoria da natureza" levada às últimas conseqüências - assim, seria melhor deixar tudo acontecer naturalmente, sem jamais interferir na ordem espontânea das coisas.

Como bem disse a Luna: ledo engano. Nada contra a (super, mega, ultra) sabedoria da natureza e a ordem natural das coisas. Acontece que os bebês precisam ser ensinados, e podem - e devem! - ser ajudados por nós. Acordar o bebê não faz mal nenhum, e é muito melhor do que ficar preocupada com a saúde do filho ou culpada achando que está fazendo algo errado. Ou, ainda pior: pensando que o seu "leite é fraco". Não existe leite fraco.

Dica esperta para acordar o bebê: massageie a palma da mãozinha, devagar. Se mesmo assim não acordar, coloque-o "sentadinho". Ele abrirá os olhos na mesma hora. Não precisa ser nada dramático, tudo pode ser feito suavemente e com carinho.

Alguns bebês muito novinhos adormecem durante as mamadas. Quando isso acontecia, eu massageava a mãozinha dela, ou "tirava" (na verdade, iniciava o movimento como se fosse tirar) um pouquinho o bico do seio da sua boca; ela despertava e seguia mamando mais um pouco.

domingo, 26 de outubro de 2008

Quando o bebê não ganha peso

A Sinara, leitora deste blog, enviou um comentário dizendo que o filho dela (18 dias de idade) mama super bem, mas, segundo o médico, o problema é que o bebê "não está conseguindo ganhar peso".

O assunto é delicado e requer orientação profissional, sem dúvida. Mas eu respondi ao comentário da Sinara e depois fiquei com medo de que ela não encontrasse a minha resposta, já que ela comentou no post Desmame, de janeiro deste ano.

Então, resolvi postar aqui a minha resposta, mesmo que o texto não esteja lá essas coisas. Porque fiquei preocupada com ela, e também porque creio que possa servir a muitas outras recém-mães que estão enfrentando as insguranças, tão naturais, com seus recém-nascidos.


Sinara, querida,

não sou uma especialista, sou apenas uma mãe de primeira viagem. Mas, como estou mais ou menos informada sobre o assunto, a dica que posso te dar é:

Quanto mais o bebê mama, mais leite você produz. Se ele não está ganhando peso, é sinal de que não está mamando o suficiente.

Se você diz que ele mama "super bem", talvez o problema esteja na freqüência com que ele mama - ou seja, ele mama bem, mas poucas vezes ao dia.

Uma pergunta: você acorda o seu bebê DURANTE O DIA para mamar? Aos 18 dias, muitas vezes os bebês dormem e simplesmente não acordam de fome. O pediatra da minha filha foi bem claro logo que saí da maternidade: ACORDE a sua filha para mamar, durante o dia, de 3 em 3 horas.

Se o seu filho pesa menos de 2.900kg, há um livro muito bom - que eu tenho e recomendo! - que diz que ele deve ser acordado para mamar de 2 em 2 horas. Ao atingir essa marca, passa para intervalos de 3 horas - e assim seguirá até os 4 meses de idade.

O nome do livro é: "A Encantadora de Bebês", e a autora é Tracy Hogg. É praticamente um manual de instruções!



Mas, falando sinceramente, é muito complicado dar dicas nesse assunto, porque pode ser uma porção de outras coisas, e só mesmo um pediatra para orientar com propriedade.

Busque ajuda, e não encuque: você não está fazendo nada de errado! Seu filho é um recém-nascido, vocês dois estão passando por essa fase de adaptação que é muito natural, oras.

E outra coisa: eles são muito mais fortes do que aparentam. Não encucar! Não encucar jamais!

Dê notícias. Beijos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Leite materno: o que passa e o que não passa?

Esta é uma das questões mais controversas do assunto mamães/bebês. Afinal, o que “passa” para o leite materno e o que não passa? Álcool e drogas são uma unanimidade: passam, sim, e fazem mal (a ambos, claro).

Mas o consenso pára por aí. Há pediatras que afirmam que a lactante pode comer de tudo, sem se preocupar em causar cólicas no bebê. Outros aconselham parcimônia. E ainda outros, como o da minha filha, chegam na maternidade com aquela pastinha na mão e dizem justo o contrário do que você esperava ouvir.

Não sei de vocês, mas eu vivia me controlando para não “abusar” durante a gravidez, para não engordar demais (deu muito certo, aconselho). Entretanto, como ninguém é de ferro, assim que costuraram a minha barriga eu já estava sonhando com uma montanha de ovos de páscoa, uma bacia de sorvete, brigadeiros rolando ladeira abaixo e todas as bobagens que não podia comer antes.

- A partir de agora você está amamentando, então vai cortar do cardápio as seguintes coisas...

Ai, os médicos e seus tons pastel para dizer chicórias. Resumo da ópera:

Eu amamentei por um ano e, durante esse tempo, segui uma dieta bastante restrita: zero lactose, para começar (o que não é nada fácil se pensarmos que qualquer bolinho ou biscoito inocente leva leite, isso para não falar nos queijos – zero pizza, zero sanduíches incrementados, zero saladinhas com queijo...).

Nem café pingado eu bebia, até porque a dieta também era zero cafeína. Adeus, Coca Cola e Guaraná, chá preto, mate, etc. Proibidos também estavam os condimentos, os crustáceos, as frituras e comidas gordurosas, a comida japonesa crua, e o pior: zero chocolate!

A explicação do pediatra era que tudo isso “poderia” causar cólicas no bebê. Poderia.

Pois bem, até hoje eu não entendi se segui aquela dieta porque sou muito CDF - e não consigo receber uma ordem sem cumpri-la -, ou se foi puro medo de ficar culpada caso a Lara tivesse alguma dor de barriga. Eu não vou dizer “foi por amor à minha filha”, porque acho isso muito piegas e também porque, francamente, o amor é um negócio muito diferente de cortar alguns itens da minha despensa por achar que, talvez, dê gases na menina!

Acreditando ou não na teoria do pediatra, o fato é que eu a segui à risca – e ela nunca teve cólica e sempre foi um bebê tranqüilo, dormiu a noite toda, etc. Acontece que muitos outros bebês são exatamente assim, e as mães jamais fizeram dieta zero-coisa-nenhuma.

E aí? O que passa e o que não passa, afinal? Quem dá mais?

***

Milk Shake sabor mentol

Para fechar o assunto (deixando em aberto): uma pesquisa realizada na Dinamarca mostrou que os sabores dos alimentos que as mães ingerem passam para o leite materno em pouco tempo. A banana, uma hora após o consumo. E o gostinho de mentol dura oito horas no leite!

Helene Hausner, que liderou a pesquisa, chega a sugerir que a variedade na alimentação da lactante seja importante para que o bebê vá se preparando para assimilar novos sabores no futuro.

Fonte: BBC Brasil

sábado, 18 de outubro de 2008

Sapatinho de bebê

Quando você ficar tímida.



Se quiser se enfiar num buraco.



Quando tiver medinho.



E se bater um medão.



Se resolver se arrumar sozinha.



Quando ficar esquecida.



E se precisar de uma ajudinha.



E quando quiser ir embora?


Peraí!
Leve um casaquinhooooooo!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mudou-se

Se já era difícil segurar você, que agora falava frases inteiras, comia com a própria mão – e se divertia com os bigodes de feijão. Se já estava impossível não rir com a sua independência afoita ao contar os passarinhos no livro: um, dois, três, oito, catorze.

E como gostava do catorze!

Se os seus cabelos já formavam ondinhas no pescoço e você, vaidosa, olhava-se no espelho e inclinava a cabecinha, reproduzindo uma frase do papai sobre você mesma: “que charme!”. Se estava difícil mantê-la sossegada no colo, a não ser enquanto devorava a mamadeira ao acordar faminta. E depois do último gole, já escorregando do sofá:

- Acabou. Quer sair!

**

Aos 20 meses, adquiriu a tão sonhada casa própria.

domingo, 12 de outubro de 2008

Plágio do Papai

Hoje é dia das crianças e ela passou a manhã com o meu pai. Agora eu estou escrevendo no blog, e ela está com o pai dela.

Na verdade eu vim aqui para escrever, mas decidi que a melhor coisa que farei hoje por este blog é um doce e amável plágio:

"Ser pai é ter toda a coragem e todos os medos. O tempo todo. Ser pai é não ter música, livro, poema escrito para ele. Ser pai é nunca ser tão bonito, importante, esperto, sábio, paciente, íntimo, morno, macio, compreensível. Ser pai não é ser mãe. Ser pai é ser engraçado, moleque, bobo, esforçado, herói e réu, campeão desengonçado, incompleto, precário.

Ser pai é a melhor coisa da vida de um homem. Ser pai é a melhor oportunidade que temos de ir além de nós mesmos. E eles são tão maravilhosos que sempre estão dispostos a nos dar mais uma chance."


Não deixe de ler a crônica inteira (com direito a trilha sonora) no clube do papai da Lara.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Comida de bebê II: e quando ela só quis comer arroz?

Mas outro dia, quando ela ainda comia com a minha ajuda (ou da babá Cristina, ou do papai), encasquetou de querer arroz.

- Arroz! Arrozinho!

Aprendeu tudo no diminutivo, uma fofura. Dei o arroz. Pediu mais.

- A mamãe agora vai misturar um pouquinho de feijão, e...

Parecia que eu estava oferecendo pedras. Rejeitou veementemente, e também aos legumes, e a tudo que não fosse arroz ou arrozinho. Fui distraindo e dando o arroz, mas avisando que, depois, teria que comer também as outras coisas. Doce ilusão.

Quando acabou o arroz, queria mais arroz e não aceitava outra coisa nem por decreto. Mantive a calma aparente, repito, calma aparente. Conversei e fui levando, até que chegou ao ponto de “devolver” um tantinho de carne que eu tinha colocado na sua boca (obviamente, com o consentimento dela).

Mantive a calma aparente, repito, calma a-pa-ren-te, mas rapidamente expliquei que aquilo não podia e a retirei da cadeirinha.

- A mamãe está entendendo que você está sem fome, está bem, então o almoço acabou.

Mesmo que eu tenha dito isso com tranqüilidade e até forçando certa doçura na voz, embora sem jamais sorrir ou esboçar satisfação alguma (afinal, não aprovo o que ela fez e não quero que se torne um hábito), o fato de ter sido “interrompida” num jogo onde ela não aceitava regras – e que, portanto, era apenas um exercício/teste de limites – fez com que ela ficasse extremamente insatisfeita. Para dizer o mínimo.

Claro que, depois de alguns momentos de fúria parecendo que me odiava, passou o trauma e ela já estava brincando alegremente. Também eu tratei de não fazer drama; não acho que se deva ficar “esticando” essas horas de mal-estar ou reprimindo a criança.


Memória emocional

E mais: é surpreendente como os bebês apreendem as coisas rapidamente, e são capazes de se lembrar delas mais tarde. Normalmente, subestimamos neles essa capacidade de aprendizado emocional, porque parecem estar “resistindo” a entender certas normas, ou simplesmente se mostram distraídos e impermeáveis à nossa conversa. Não estão. Na verdade, eles ficam um pouco nervosos – ninguém gosta de ser contrariado! - e procuram subterfúgios. A Lara tem mania de “mudar de assunto” quando estou chamando sua atenção.

- Avião! Avião! Pé! Bola! Hipoglós! Bumbum! Quer biscoito.

Desanda a falar e aponta para todos os lados. Fica uma conversa de doido, porque ela segue dizendo suas palavras-desvio, e eu sigo explicando que não deve fazer assim, melhor é agir de outra maneira, etc.

Qual não é minha surpresa quando, numa nova situação, ela ameaça a mesma travessura, mas basta um olhar e já sai dizendo umas palavras do meu discurso, mostrando que ouviu e entendeu direitinho. Isso não a impede de seguir fazendo o “errado”, claro, mas vai incorporando o processo, aos poucos, e acaba deixando de lado o comportamento que já comprovou não surtir efeito.

Como o repertório é vasto, não demora a encontrar novas traquinagens para testar limites e ver se “cola”. Como diz minha mãe: educar não é difícil, mas tem que ter muita criatividade. Ô!

domingo, 5 de outubro de 2008

Já é

Então hoje, enquanto ela cantava a tal borboletinha que está na cozinha, foi que me dei conta: ter uma filha é a prova definitiva de que a vida da gente não tem mais como dar errado.

sábado, 4 de outubro de 2008

Comida de bebê

Comidinha de bebê é coisa do passado aqui em casa: com um ano e (quase) oito meses, naturalmente ela já come de tudo. Menos camarão e carne de porco, além de comidas condimentadas: normas do pediatra.

Agora está começando a comer sozinha. Confesso que retardei um pouco o processo, com medo do comportamento. O meu. Não que tenha mania de limpeza, mas coisa que me deixa nervosa é ver criança com comida até os cabelos, e o chão repleto de relevos não identificados. Como sei que não é bom para a criança ver a mãe aflita limpando tudo enquanto a coitada ensaia os primeiros movimentos com a colher, fui levando do modo antigo enquanto pude. Mas agora ela já tem, evidentemente, a coordenação desenvolvida. E vou deixá-la em paz com o seu pratinho e tratar de me dedicar, como boa mãe que sou, a atrapalhar outras coisas. Hoho.

Em tempo: admito, admito. Numa situação como a do vídeo abaixo, eu seria tão-somente uma mãe pendurada no lustre dizendo coisas desconexas enquanto alguém já estaria procurando um cabo de vassoura para me cutucar, tipo gato que subiu na árvore e paralisou. Menor condição.



É saudável para a criança, o tato, o cheiro, a coordenação, a bagunça, blá blá blá, ok. Repito: aqui em casa, menor condição. E ainda tenho a meu favor algo precioso, que é o fato da minha mãe também ter sido assim comigo: de uma só tacada, justifico em mim e ponho as culpas nela, ai, como é bom ser politicamente incorreta!

PS: Pelo amor de Deus, estou brincando. Mais ou menos.