sexta-feira, 29 de junho de 2007

Por que crescem os bebês?

Tempo - Yesterday

Ninguém avisa a gente com a devida ênfase – porque, nesse caso, a maior ênfase não seria o bastante -, mas é fato: quando o bebê nasce, o tempo acelera de um modo simplesmente inédito. Você acorda, se é que dormiu, e já é hora de dormir de novo, se é que vai dormir.

Escrevo enquanto ela emite sons experimentais aqui do meu lado, recostada no carrinho. Foi ontem (meu Deus! Foi on-tem!), pelo menos eu me lembro assim, ela estava chutando minha barriga pelo lado de dentro. Hoje, chuta pelo lado de fora. E emite sons experimentais.

Imagina quando ela souber que eu tive uma banda de rock. Yesterday...


Vestido casa-de-abelha

Outro dia ela ganhou um vestido. Enorme. Lindo, com casinha de abelha, branco com estampas coloridas. Abri o pacote e me surpreendi com a delicadeza da nossa amiga, com a beleza do presente... E com o tamanho.

Claro, as pessoas dão roupinhas maiores para os bebês, num ato gentil e inteligente: eles vão crescer! E rápido. Mas tem uma coisa que vem antes desse raciocínio. Chama-se sentimento. Quando segurei aquele vestidão (que, na minha exagerada memória, quase serve em mim!), o primeiro pensamento que me bateu foi: lindo! Pena que não dá na minha filhinha, que é um bebê de quatro meses.

Acorda, mamãe. É um bebê de quatro meses hoje. E meio.

- Pronto! É o vestido de aniversário de um ano! – Definiu o pai, esbanjando invejável tranqüilidade.

Um ano? Pirou?

Na minha cabeça apavorada, aquele seria o vestido de seis, sete ou quinze anos. Demora muito para ela ficar desse tamanhão, não demora? Vamos a Itu comprar um cabide gigante e guardá-lo bem no fundo da última porta do armário mais afastado da casa, ou do prédio...

Estou fazendo humor porque vivo disso, mas, na verdade, existe um paradoxo torturante (como o band-aid no calcanhar). Passo pela rua e vejo lindas meninas de um, dois, quinze ou dezoito anos, e fico logo imaginando minha filha arrastando sacolas comigo pelo shopping, correndo na praia, viajando conosco pelo mundo afora.

Ao mesmo tempo, uma fisgada no pé esquerdo: e quando ela for viajar sem a gente??

Subitamente, minha filhinha reduz seu (meu?) tamanho imaginário, e volta para o confortável lugarzinho de onde nunca deveria ter saído: meu seio materno. E ponto final.

Ponto final uma vírgula! Queira minha insegurança egocêntrica ou não, ela vai crescer. E vai caber direitinho naquele vestido casa-de-abelha imenso. E, um dia, o vestido não vai mais servir, e vamos experimentar 108 calças jeans que ficarão ótimas, mas ela se achará esquisita (ou magra demais, ou gorda demais, ou alta, ou baixinha, ou torta, ou sem bunda, ou bunduda) em TODAS elas.

E eu vou dizer “você está linda!”, e ela vai retrucar “você diz isso porque é minha mãe!”, finalizando com um risinho doce e uma pontinha de rebeldia no arrastar dos coturnos.

Ela já saberá que eu tive uma banda de rock.


Ultrasom e Beatles

Essa é a televisão da casa dos meus pais, onde assistíamos ao ultrasom, que veio com música de fundo – Beatles -, embasbacados com aquelas imagens nem um pouco nítidas da minha filha.



E quando é que eles se tornam nítidos? Como uma fotografia tirada em pleno movimento, nitidez e exatidão não parecem ser os pontos mais presentes na maternidade. Quando você pensa que está aprendendo alguma coisa, tudo muda. Brincadeiras e apavoramentos à parte (ou não!), é maravilhoso que assim seja. As boas emoções dispensam contornos, e a gente cresce é no chacoalhar dos limites.
**

Termino por aqui e deixo vocês com a belíssima canção “Michelle”, trilha do ultrasom que revelou, enfim, o feminino sexo da minha (hoje e sempre, independentemente do tamanho) pequena.

I love you, I love you, I love you
That’s all I want to say


E não sei por que crescem os bebês. Deve ser para lhes caber mais amor.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Minha história virtual

Tem muita gente nova por aqui, estou adorando tudo isso! Alguns vêm por indicação, outros caem de outras redes, pesquisando sobre casaquinhos de bebê e outras delícias que envolvem pimpolhos. Sejam todos muito bem-vindos.

Aqui eu faço “crônicas de maternidade”, mas me permito deixar o tema de lado e escorregar para outras conversas quando acho pertinente. Não demora muito, ouço aquele chorinho e entro no assunto outra vez...

Muitos me perguntam o porquê do subtítulo “crônicas...”, e querem saber um pouco mais sobre mim. Por isso, acabei de reabilitar meu antigo blog – que leva meu nome no título. Eu sou blogueira há seis anos, praticamente uma senhora em termos de blogosfera! Meus arquivos desbotados estão lá, recuperados em links e mais links, para não me deixar mentir. Uma história e tanto!

Desde 2001 eu trabalhei muito como cantora, compositora e baixista, gravei um CD autoral com a minha banda, viajei fazendo shows, cantei, toquei, cantei...

Também comecei escrevendo para sites e revistas literárias, publicando crônicas em coletâneas, colaborando com veículos de comunicação (os mais variados), e fui colunista da revista Época de 2004 a janeiro de 2006.

Em maio, engravidei. Em fevereiro desse ano, tive minha filha. E, em maio, comecei esse blog sobre maternidade onde muitos de vocês estão me conhecendo.

A partir de hoje, vou encarar a tripla jornada e manter dois blogs. Mas o dia-a-dia será aqui.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Por que gritam os bebês?

De uns tempos para cá, minha filha começou a gritar. Sem motivo nenhum. Um dia eu estava trocando suas fraldas, e ela soltou um agudo que furou o teto (que dirá meus ouvidos!). Levei um susto e comecei a procurar alguma causa objetiva para tamanho grito – teria se machucado? Apertei demais a fraldinha? A água estava gelada?

Nada disso: não havia razão aparente nem escondida. Simplesmente, achou de gritar. Na verdade, achou foi uma capacidade nova no rol das suas qualidades de bebê. Como não se desperdiça talento, decerto pensou: se eu posso gritar, é isso que vou fazer! E não parou mais.

Duas coisas observamos. Primeira, não é um grito de choro, nem mesmo parece contrariedade. Segunda (e mais divertida): ela se assusta com o próprio grito. E grita de susto. Assustada com o grito do susto, grita outra vez de susto do susto gritado. E assim vai...

Às vezes, dá impressão de que está de saco cheio daquela gritaria, e então grita em protesto. Arregala bem os olhos e bufa, indignada, talvez com o fato de “alguém” ter começado a gritar e não ter mais parado – brincadeira de mau gosto, deve achar. E outra, nunca grita igual. Pode ser que grite tanto por já ter esquecido como gritou pela primeira vez.

Dia dos namorados, saímos para almoçar e achamos bonitinho levá-la junto. Quando já estávamos no meio do caminho, lembrei-me da última moda.

- E se ela resolve gritar no meio do restaurante?

E ele, sereno:

- Imagina. Não vai gritar.

E não gritou mesmo. Em vez disso, descobriu novo talento: deu de fazer um barulho esquisitíssimo que muito lembra o motor de um carro arrancando, aliás, querendo arrancar. Ficou naquele ronca-ronca e não pegou no tranco – mas, que alívio!, todo mundo em volta achou fofo. Ou fingiu muito bem.

Mas, voltando à moda dos gritinhos, é claro que a gente também fica encantado. E acaba gritando junto. Outro dia ficamos nós dois gritando daqui, ela gritando dali, numa mistura de bobice e comoção... Até que ela fechou a cara e nos olhou com ar de quem dizia:

- Vem cá, vocês não sabem levar uma conversa de adulto sem levantar a voz, não?

Censurou mesmo. Já era tarde, pegamos nossos chocalhos e fomos ao berço.


Repertório

Fiz uma breve seleção de gritões e gritonas no You Tube. Preparem os algodões auriculares. E, que ironia, o primeiro que encontrei foi esse “Bibi gritando”. Reparem só na objetividade do grito (um só, certeiro).



Já esse outro, engraçadíssimo, age por estímulo (um caso clássico de bobice materna ou paterna, como ocorre com todos nós). Percebe-se que ele está quase mandando a mãe para o berço.



Essa carequinha foi a que mais se pareceu com a modalidade de grito que a minha filha tem praticado.



E, por último, uma linda menina flagrada gritando no berço.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Riso de bebê

Primeira vez

Quando eles começam a sorrir, por volta dos dois meses, a gente tem vontade de não fazer mais nada da vida: só ficar ali, parada, olhando. Lembro quando ela soltou meu seio, depois de uma mamada, e eu o encostei de volta na sua boquinha para estimular a sucção. Em vez de sugar, simplesmente sorriu. Fiz de novo – teria sido só uma coincidência? Sorriu outra vez. E de novo. Abria a boca e me trazia a novidade mais doce do dia: agora nós vamos sorrir uma para a outra. Silenciosamente, sorri um pouco e chorei um bocado.

Há algumas semanas, começou a rir com som. Quando estimulada, solta uma gargalhada gostosa. Mas é só quando ela quer!

**

Faz bem para a saúde

Pois o riso dos bebês ajuda a mantê-los saudáveis. Segundo esta reportagem, está provado que rir fortalece o sistema imunológico (deprimidos adoecem mais), estimula a produção de endorfina (o hormônio do prazer, que tem até efeito analgésico), aumenta a circulação sangüínea e a oxigenação das células, potencializa a capacidade respiratória, e – pasmem! – ainda evita o aparecimento de rugas no futuro (devido à contração dos músculos da face).

O primeiro passo, segundo a pediatra consultada, é manter um ambiente harmonioso em casa. Bebês e crianças pequenas são capazes de absorver a tensão emocional dos pais; portanto, também “puxam” a alegria e o otimismo da família.



Esse vídeo do You Tube ficou famoso,vocês já devem ter visto. O bebê é mesmo bonitinho e as risadas são lindas, mas me dá uma estranha impressão de que ele já está exausto e superestimulado... É implicância minha?

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Bolo de banana integral (sem lactose e meio light)

Zero cozinha

Na cozinha, sou um fiasco. Quando meu marido e eu nos conhecemos ainda não havia essa onda “zero” isso, “zero” aquilo. Mas, se houvesse, com certeza ele teria lido nos meus rótulos: MULHER ZERO COZINHA.

Pensando bem, ele leu. Quando perguntou se eu queria uma caponata e eu respondi que “não, prefiro leite puro”. Se isso não aconteceu, poderia ter acontecido, e ele deve ter pensado: daí não sai um ovo frito. Mas eu – rápida, esperta - soube esconder tão bem minhas gorduras trans e meus colesteróis que ele me quis assim mesmo.

Como eu adoro comer e Deus é generoso, tenho ao meu lado esse homem que cozinha maravilhosamente. Tudo que ele inventa é um sucesso. Tudo! Só o ovo frito é que não presta. (Mentira, ponho um defeitinho para dispersar a concorrência).


Prazer – mesmo com restrições

O fato é que a nossa gula virou um doce e animado hobby. Passamos horas e horas planejando o que vamos inventar de bom para o fim de semana, para o lanche, para incrementar o café da manhã... Sai cada coisa deliciosa!

Como eu sou militante da vida saudável e da boa forma, achei o melhor dos mundos: não preciso abrir mão da saúde para comer com muito prazer. Inventamos mil saladas, adotamos tudo integral, reduzimos o teor de gordura em todos os pratos – sem perder sabor. E, de vez em quando, enfiamos o pé na jaca (que ninguém é de ferro!).


Bolo para gestante e lactante

Pois vou dar uma de metida e publicar aqui uma receita de bolo de banana integral. Quando engravidei, uma das primeiras coisas que decidi foi que aprenderia a fazer um bolo. Ora, mãe que não faz bolo não pode. Me apliquei e aprendi esse – que virou sucesso aqui no café da manhã. Juro.

A receita foi alterada para ficar sem lactose (porque estou amamentando e o pediatra recomenda essa restrição) e também teve as calorias reduzidas (usamos um pouco de adoçante natural stevia, liberado para lactantes e gestantes). Ficou zero lactose e meio light.

Vocês façam aí, e seja o que Deus quiser!







Ingredientes:

4 ovos inteiros
8 bananas cortadas em rodelas
1/2 xícara (chá) de óleo de canola
1/2 xícara de leite desnatado (substitua por leite de soja se quiser sem lactose)
1 xícara de farinha de trigo integral
1 xícara de aveia
1 xícara, não muito cheia, de açúcar mascavo
1 xícara de adoçante stevia culinário
canela para salpicar
1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de preparo

Bata todos os ingredientes no liqüidificador com apenas 1 banana, coloque em forma untada com óleo e farinha. Coloque as rodelas de banana sobre a massa e salpique com canela. Asse em forno médio, pré-aquecido, por aproximadamente 30 minutos.

Observações:

1. Na receita original, constam apenas 6 bananas (uma na massa + 5 picadas por cima dela). Fizemos, mas depois achamos melhor aumentar o número para 8 (uma na massa + 7 picadas por cima). E ficou melhor ainda.

2. Outra alteração nossa foi reduzir as duas xícaras de açúcar mascavo (na original) para uma, e complementar com mais uma xícara de adoçante. Isso reduz o teor calórico.

3. Achamos melhor fazer numa forma tipo tabuleiro (rasa, retangular). Quanto ao tempo de assar, é bom lembrar que cada forno tem suas variações e nunca se pode confiar em tempo fixo.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Enxoval de bebê - dicas (parte II)

Banho

Banheira – fundamental, claro. Mas, a partir do terceiro mês, o bebê já pode até tomar banho no chuveiro com o papai ou a mamãe, sabia? Muito prático.

Rede de proteção para banheira – é um achado! Segura o bebê e impede que ele escorregue pelas suas mãos no banho. Nem pense duas vezes: compre.

Toalhas com capuz – o enxoval pede seis, mas eu ainda nem usei todas. Usa-se todos os dias, mas é para enrolar o bebê ao sair do banho. Para secar mesmo, é indicada a toalha de fralda (mais delicada).

Toalhas de fralda – são ótimas, é bom comprar umas quatro.
* Nós também inventamos um novo uso para elas: enrolar o bebê na hora de dormir. Os cueiros logo ficam pequenos e as mantas costumam ser quentes. Então, as toalhinhas são providenciais!

Pente e escova – só uma escovinha avulsa também serve.

Termômetro para banho – não compramos. Dá para sentir a temperatura da água com a mão.

Kit manicure – compramos, mas eu uso só a tesourinha (ela é levemente curva e tem pontas arredondadas).

Aspirador nasal – não custa quase nada. Compramos. Mas, até hoje, não foi preciso.
**

Roupinhas de bebê

Body sem manga/manga curta – começo por esse item, porque sou militante assumida dos bodys. São peças inteiras com abertura embaixo (geralmente dois botões de pressão no fundilho), superpráticos. Compre mesmo! Para o verão, então, são utilíssimos. Eu compraria dois tamanho RN, dois P e dois M. No mínimo!

Macacão manga curta – a diferença é que eles têm botões ao longo da barriguinha até em cima, abrindo a peça pelo meio, verticalmente. E não são cavadinhos nas pernas como os bodys (enquanto os bodys são tipo collant, estes têm as perninhas tipo short). Ótimos também. Recomendo a mesma quantidade dos bodys.

Macacão manga comprida (sem pé) – macacões são sempre práticos, mas fique de olho na estação. Se ele nascer no verão, você vai usar muito pouco. Compre dois; esses sem pé são bons porque o bebê pode crescer um pouco e você não deixa de usar.

Conjuntos pagão – vêm com uma calça comprida, uma camisetinha sem manga (com um velcro para fechar atrás) e outra de manga comprida (velcro para fechar na frente). No verão a gente acaba usando pouco. São bons para meia-estação. Uns três conjuntos serão suficientes para os primeiros tempos.

Banho de sol – são conjuntos mais bonitinhos de short e camisetinha. Dois bastam. (Você só vai querer usar os bodys, estou dizendo!).

Camisetas – são boas para variar (quando os bodys estiverem todos sujos). Duas.

Short – para fazer conjunto com as camisetas, quando os bodys estiverem... Você já sabe. Dois.

Calças sem pé – são boas para os dias mais fresquinhos. Comprei quatro (tamanho P) e ela usa até hoje.

Cueiros – são práticos. Servem para enrolar o bebê e cobri-lo também. Os enxovais (e a lista da maternidade) pediam seis, mas eu acho um exagero se você tem uma razoável rotina de lavanderia em casa. Recomendo quatro.

Casaquinhos em linha – são bonitos para passear, e não são quentes (ou seja, usa-se mesmo no verão, no ar condicionado). Comprei dois e não sinto falta de mais.

Meias – no verão, quase não se usa. Comprei seis pares e elas logo ficaram pequenas, nem cheguei a usar algumas porque era muito quente. Recomendo comprar uns três pares tamanho RN e outros três P.

Sapatinhos – dois pares (em linha) são suficientes, porque é só para enfeitar mesmo. Claro, se você mora numa cidade fria e é inverno, deve comprar também em lã.

Regurgitadores – também chamados “fraldas de ombro”, são atoalhados e servem para proteger a sua roupa quando o bebê “devolve” um pouco de leite após a mamada, coisa muito comum. Pode vir acompanhado de “fralda de boca”. Sinceramente? Aqui, não nos adaptamos a nada disso. Achamos MUITO mais práticas as velhas fraldas de pano grandotas, multiuso, que você dobra ao meio e põe sobre o ombro, depois puxa um pedaço e limpa a boca do bebê – nessa hora o importante é ser rápido, e ficar com paninho para isso e paninho para aquilo só atrapalha!

Babadores – o bebê começa a babar por volta dos três meses. Antes disso, nunca usamos babador. Mas, após essa idade, é bom ter vários atoalhados.

Fraldas de pano – como já disse, sou fã delas. Compre uma dúzia!

Saída de maternidade – um conjunto bonitinho para chegar em casa nos trinques. Não é obrigatório, mas acho que todo mundo acaba comprando.

Luvinhas – não compramos e ainda não foi necessário.

Toucas – vovó fez uma de tricô e está fazendo outra. São um charme! (Claro, só em caso de muito frio mesmo).


Passeio e acessórios

Carrinho – pesquisamos muito e acabamos comprando um “travel system” da marca Hauck – que vem com bebê conforto (e sua base), uma bolsa e mosqueteiro. Estou satisfeita, apenas detesto o sistema de fechamento (os botões de encaixe são todos muito duros!).

Bebê conforto – acho um item ótimo para usar no carro. Na verdade, praticamente só usamos para isso, ele fica preso no cinto de segurança direto. As outras poltronas de automóvel geralmente só são indicadas para maiores de 6 meses, mas há boas (e caras) exceções, que permitem o uso desde recém-nascido.

Sacola grande – essas baby bags são bonitas e úteis, mas, até agora, uso apenas uma bolsa comum para carregar as coisinhas quando ela fica na casa da vovó. Claro, com o tempo as “tralhas” vão aumentando e, tenho certeza, usaremos as sacolas apropriadas.

Trocador portátil – o nosso veio junto com a bolsa que veio junto com o carrinho. É bom para trocá-la fora de casa (impermeável).

Prendedores de chupetas – são ótimos, compre! Sugiro dois.

Esterilizados para microondas – o resultado é o mesmo que ferver no fogão.

Pinça higiênica – é uma pinça grande para pegar as coisas esterilizadas. Baratinha e vale a pena.

Canguru – serve para pendurar o bebê e sair com ele sem a necessidade do carrinho. Há quem diga que “entorta” as perninhas do bebê, mas é mito: segundo o pediatra, não há problema algum. Nós compramos e usamos quando vamos dar uma voltinha muito perto, ou para um pulo no supermercado.
* Tem também o tal do sling, que é um “saco” de tecido que permite posições variadas. Eu nunca vi um ao vivo, mas dá impressão de ser uma delícia! Veja essas imagens.



segunda-feira, 18 de junho de 2007

Enxoval de bebê – dicas (parte I)

Cueiro, manta, kit berço, aspirador nasal, culote, fraldas de boca... Hein?

Quando (já bem grávida) comecei a pesquisar sobre enxoval de bebê, me vi totalmente perdida. Baixei dezenas de listas pela internet, cada qual cheia de meias dúzias de outras meias dúzias de elementos estranhos à minha compreensão. Ah, o enxoval de bebê. Objetos para os quais não conseguia, por mais que tentasse, adivinhar finalidade. E preços, muitos preços.

Terminava meus dias rolando em pontos de interrogação: o que comprar? O que não comprar? Será que vou usar isso? Vale a pena investir naquilo? Pior: quantas unidades, meu Deus?!

O capítulo “enxoval de bebê” é um divisor de líquidos amnióticos. A pobre da grávida já desconfia seriamente da sua capacidade de cuidar de um pimpolho envolto em fraldas; diante dos termos do enxoval, então, é que ela tem certeza da própria ignorância.

Calma. Passados quatro meses do nascimento da minha filha, é com alegria que aviso às marinheiras de primeira viagem: é tudo muito mais simples do que imaginamos. E não é necessário ir à falência para garantir o enxoval do primeiro rebento.

Se conselho fosse bom...

Bueno, mas vamos às dicas (que, desde já, explico: são baseadas única e exclusivamente na minha experiência. Portanto, sujeitas a equívocos e parcialidades. Aprecie com moderação). Como o conteúdo é muito grande, vou publicando aqui por partes. As duas primeiras, hoje: cama e quarto.
***

Cama

Kit berço – consiste naqueles protetores acolchoados e bonitinhos que você vai amarrar nas grades do berço para proteger o bebê. É um item caro, mas necessário. Só não vá fazer como eu, que fiquei na dúvida entre amarrá-lo para dentro ou para fora do berço. Óbvio que é para dentro! Ora, pois, pois.

Jogos de lençol – o nome já diz. Acho meio exagerado os enxovais que pedem quatro (ou mais) jogos. O bebê não suja tanto assim. Um está em uso, outro está lavando, e mais um extra: nos viramos muito bem com três.

Protetor de colchão de berço – serviria para absorver a transpiração do bebê. Eu não comprei e não sinto a menor falta.

Fronhas – o enxoval pedia quatro. Compramos, ainda, duas a mais. Depois fui descobrir, com o pediatra, que o bebê não usa travesseiro nos primeiros meses! Até hoje ela dorme com o colchão inclinado, e sem travesseiro. Então, fronhas??

Colcha – não compramos, e eu nunca senti falta. Ela dorme coberta com uma mantinha bem macia ou mesmo um cueiro. Nos dias mais frios, a manta de tricô que a vovó fez.

Colchão de berço – item absolutamente necessário, óbvio.

Manta – o enxoval pede duas ou mais. Como ela nasceu em fevereiro, pleno verão carioca, usamos a manta praticamente só no hospital. Para enrolar na hora de dormir (no ar condicionado), cueiros são mais leves e práticos. Mas, se você pretende sair muito com o bebê, as mantas são bem mais bonitas.

Cobertor de berço – no verão, bobagem.

Travesseiro – compramos os dois que o enxoval sugeria, mas usamos apenas para que ela não role no berço (para isso também existem os rolinhos, que são ótimos – mas os dela estão sempre no carrinho).

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Quarto

Cômoda – é ótimo ter gavetas para guardar as roupinhas. Mas, se você tiver um desses armários normais de adulto (muitos apartamentos são alugados com eles), também serve.

Abajur – ter uma luzinha fraca para olhar o bebê no quarto é fundamental. Mas, se não tiver abajur, a velha e boa luz do corredor faz o serviço numa boa.

Babá eletrônica – dei um azarão, a nossa veio com defeito e ainda não consegui mandar consertar. Por enquanto, dormimos de portas abertas e ouvimos qualquer gemido dela no quarto ao lado.

Poltrona de amamentação – acho muito melhor comprar uma poltrona que vá servir para outra finalidade na casa depois. No meu caso, minha sogra emprestou uma poltrona comum e eu usei para amamentar até o terceiro mês – depois disso, o bebê fica maiorzinho e mais firme, dá para amamentar tranqüilamente em qualquer sofá ou cama. Na verdade dá para fazer isso desde o início, mas os braços da poltrona são bons para apoiar os nossos quando o bebê é pequenininho.

Almofada de amamentação – não é cara, e eu acabei comprando, mas usei muito pouco. Prefiro uma almofada comum.

Móbile – é legal ganhar de presente...

Lixeira – de suma importância! Aliás, aqueles kits de vime que vêm com lixeira, garrafa térmica, potinhos para água e algodão são ótimos. Comprei e não me arrependo.

* Amanhã: banho e roupinhas.

domingo, 17 de junho de 2007

Silêncio (cuidando dela)

Barulho nenhum. Uma luz (pouca) pela janela. Meus passos descalços – o cuidado é de veludo, discreto, mudo. É de manhãzinha.

Agora eu não sei abrir os braços, estalar meus beijos, dizer palavra. Ela dorme no berço inclinando o pescoço para trás, e eu deixo, não mexo em nada. Economizo atitudes, intervenções, pretensas correções. Fisicamente a gente sobra muito, e o silêncio de gesto é para poucos. Privilégio de quem se gosta.

É curioso como observar me faz sentir que estou cuidando mais do que se estivesse matraqueando conselhos, medindo a temperatura ou declarando meu amor rimado em refrões.

Se o silêncio tivesse forma e cheiro, eu a cobriria com esse lençol perfumado - e ela talvez sonhasse azul.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Reclames infantis

Fofos. Irresistíveis. Quem pode esquecer?

Porque somos mamíferos (1996)



Este outro comercial tem 30 anos. Você se lembra?

Cotonetes Johnsons

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Por que eles nascem tão pequenos

A primeiríssima coisa que fiz foi perguntar ao pediatra:

- Vem cá, ela não é muito pequenininha?

Não pensei que eu era mãe, que ela era linda, que era minha filha, que emoção, nada disso. Pensei: meu Deus, é minúscula!!!

Pode soar meio ridículo, mas assim se passou comigo. Ao mesmo tempo em que eu me sentia preocupada por ela ser tão pequena, uma parte de mim ficava estranhamente aliviada. Durante a gravidez a gente fica se perguntando se vai ser capaz de cuidar do filho – uma das inseguranças normais do processo. Pois bem, sei lá que tipo de fantasia eu devia ter, mas o fato é que o bebê que nasceu de mim era muitíssimo menor do que aquele que habitava minha imaginação de grávida afoita. Foi assim que, num súbito farelo de pensamento, no exato momento em que ela veio ao mundo, aliviei minha aflição com o seguinte raciocínio maluco: se é desse tamanhozinho eu dou conta.

O médico me olhou com uma cara tranqüila e respondeu que não. Pesou, e ela não era mesmo menor do que a média. Mas eu segui meio cabreira – por um lado – e secretamente reconfortada. Era como se ela tivesse guardado um pouquinho para crescer do lado de fora, sob a minha aplicada guarda de mãe estreante. Deixou meu útero, meus líquidos e minhas capacidades fisiológicas de preservar sua vida e veio cá confiar em mim. Ou seja, já começávamos bem.

Vieram trazê-la no quarto, eu meio grogue naquela cama, a enfermeira repetindo “mamãe, mamãe, mamãe” dezenas de vezes (eles enchem um pouco o saco com essa história, parece que a gente quer muito ouvir que é mãe, então eles dizem e dizem, mas – que diacho! – as coisas desse tamanho lá têm importância ou significado no ordinário mundo das palavras?).

- Agora ela vai mamar na mamãe! – Ouvi de alguém que não era meu parente.

Como assim, vai mamar? As enfermeiras têm um certo prazer em dar ordens. Puseram minha filhinha em cima de mim; uma moça segurou a cabecinha dela e posicionou para que a boca alcançasse meu seio. Sequer me mexi (não gosto de interferir no trabalho alheio). Para minha absoluta surpresa, ela abocanhou com vigor, e sugava, convicta e inutilmente. Claro que não havia nada. Ficou naquele chup-chup vazio por algum tempo, achei incrível. Não saía uma gota, mas o instinto lhe mandava recados: confia, guria, que um dia sai. Três dias depois, saiu mesmo.

Foi assim, no instinto, que o meu leite aprendeu o caminho da fome dela, e que ela aprendeu a ser filha, e eu aprendi a ser mãe. Muito melhor do que o título “mamãe-mamãe-mamãe” (o mesmo que infesta a publicidade no início de maio) é a sensação de ter alguém confiando plenamente naquilo que eu passei nove meses pondo em dúvida: minha própria capacidade de zelar, suprir, bastar.

Daqui a pouco, quando ela estiver ninando uma boneca-bebê maior que ela, vou poder usar minha refinada experiência de mãe e dizer: fica tranqüila, filha. Quando eles nascem, são bem menores...

E ela vai me olhar, lá do alto de sua experiência de bebê, torcer a boca e desdenhar meu conselho.

- Quem aqui está com dificuldades?

É mesmo, filhota. Dificuldade é coisa de gente grande. Por isso você nasceu tão pequenininha.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Maçã para grávidas

Estudo feito por uma universidade escocesa mostrou que comer muita maçã na gravidez pode prevenir asma na criança. Duas mil grávidas foram entrevistadas sobre seus hábitos alimentares; depois, concluiu-se que aquelas que comiam quatro ou mais maçãs por semana tiveram menos predisposição a ter o filho asmático do que as que comiam menos de uma por semana.

Leia na íntegra – BBCBrasil.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Resultado (e mais pesquisa)

O Leve um Casaquinho!, 10 dias depois, divulga o resultado da pesquisa sobre a prole dos leitores. Aí vai:

Quantos filhos você tem?

1. Um (40,63%)
2. Estou grávida (21,88%)
3. Nenhum (17,19%)
4. Dois (15,63%)
5. Três (3,13%)
6. Uma porção! (1,56%)

**

Tem nova pesquisa aí do lado. E aí, já votou?

Crianças, suas músicas e idéias

De vez em quando tem festa aqui no prédio. No play. Dezenas de pimpolhos se agitam ao som de uma seleção de músicas infantis, que depois evolui para nem tão infantis assim, depois repica em Ivete Sangalo e alguns genéricos - para, finalmente, acabar a tarde afogando os garfinhos de plástico no Oceano do Djavan, e outras canções mais suaves da MPB adulta.

Tudo isso talvez fosse muito gostoso – e não tenho nada contra o repertório - se o volume não fosse absurdamente alto, e se não houvesse dois ou três “animadores de festa” fazendo mais barulho do que a tropa infantil inteirinha.

Enquanto minha filha ainda é muito pequena para soprar língua-de-sogra, fico aqui, protegida da agitação, pensando: por que diabos, de uns tempos para cá, instituiu-se a idéia de que as crianças (e os bebês!) precisam ficar absolutamente ESTIMULADOS - em caixa alta, literalmente?

Somos nós, adultos, que temos um medo danado do tédio! Crianças não têm nada a ver com isso. Tracy Hogg, a enfermeira best-seller que ficou conhecida como A Encantadora de Bebês, afirma em seu livro (“A Encantadora de Bebês resolve todos os seus problemas”) que a maioria dos bebês sofre mais de superestimulação do que de tédio. E aconselha: não devemos assumir o papel de produtores de entretenimento dos nossos filhos. Deixar a criança descobrir seu próprio corpo, por exemplo, é uma excelente brincadeira. Ficar em silêncio olhando para a parede pode ser uma atividade muito produtiva.

Acesse o site dela. Outro dia eu farei um post maior sobre o livro (leia a sinopse), que é bárbaro e tem nos ajudado muito.

Então, nas festinhas infantis, será que precisamos mesmo contratar “agitadores culturais” e colocar a turma toda para quicar ininterruptamente no salão?

Pois inauguro aqui no Leve um Casaquinho! uma série de músicas infantis (ou inspiradas na infância) que não são necessariamente animadas, assobiáveis ou eletrizantes. Para que a gente possa lembrar que poesia, lirismo, contemplação e aprendizado também fazem a felicidade da criançada.

Para terminar, cito o psicanalista inglês D.W.Winnicott (“A criança e seu mundo”) numa das coisas mais lindas que eu já li sobre os pequenos: “os bebês têm idéias”. Bom, idéias precisam de espaço (físico e emocional) para criar seus mundos.

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Abaixo, Chico Buarque canta João e Maria. A música é do Sivuca e foi composta em 1947; Chico escreveu a letra em 1977, baseado em diálogos infantis. Ele conta a história bonitinha nesse vídeo.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

A manicure acelerada

Peguei a manicure mais lerda do universo. Primeiro olhava bem meu dedo. Um só. Mirava, refletia, ponderava. Fungava e reclamava do clima. Só então posicionava a lixa, mordia o lábio inferior – eu imaginando: agora vai! -, mas aí algum outro pensamento lhe invadia a alma. Ela se distraía.

- Você quer a unha quadradinha, né?

Sim. Quadradinha. Pela décima vez! Eu devo ter uns 30 dedos, porque aquilo se arrastava pela tarde afora. Você sabe há quantas semanas eu planejava ir ao salão, mas me faltava tempo? Não, ela não devia saber – meus preciosos minutos iam sendo carcomidos junto com a cutícula (que ela teimava em roer com aquele alicate sem fio).

A propósito, ainda não entendi como as mães conseguem fazer o dia caber em 24 horas – com direito a comida, bebida, sono, trabalho, diversão e algum esporte. Tenho feito escolhas que me parecem absurdas: engulo uma barra de cereal agora ou ligo para a minha mãe? Rápido, decida-se. Cereal ou mãe? Pegar ou largar!

Geralmente acabo optando pela barrinha, porque essa tal amamentação dá uma fome desmedida (e a minha mãe não tem carboidrato). Mas, voltando à manicure, fui avisando:

- O pé não vou pintar.

- Nem passar uma base??

- Nem.

Devia ter ficado quieta, mas resolvi explicar: “É que estou com um pouquinho de pressa, e...”.

- Ah! Nãosepreocupanão queeuvou acelerar!!!

Não queira saber. A manicure mais lerda do universo, depois de engatar uma quinta com o seu alicate cego, tornou-se rapidamente a açogueira mais tresloucada do mundo.

Se juntar todos os 30 dedos que eu tinha quando cheguei lá, deve ter sobrado dois ou três em razoáveis condições de uso.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Amenidades

Já sei. Deveriam inventar calças de bebê descartáveis - para as horas de vazamento das fraldas. E mantas descartáveis, para quando as calças também vazarem. E lençóis de berço descartáveis, para quando até a manta for...

Estou ficando um pouco neurótica, abafa.

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Agora estamos numa verdadeira guerra para conseguir tirar uma foto dela sorrindo. Já sorri desde os dois meses (eu juro!), mas como vou provar? Hoje em dia, tudo requer prova.

Acontece que a bendita máquina joga uma luz vermelha direto no rostinho dela, e tudo que acabo conseguindo são dois olhos arregalados e um belo susto na hora do flash. Irão dizer: leva a menina para a rua! Sei, já tentei. O problema, então, é que ela se distrai com a própria máquina – aquele quadradinho prateado que a mamãe aponta para mim.

Quis dar uma de esperta e resolvi filmá-la. Assim, teria mais chance de captar um sorrisinho. Pois me apliquei – fiz mil caretas, fiquei vesga, pus a língua para fora, até lamber a câmera eu lambi (no desespero!). Nada. O resultado pífio foi esse videozinho que vocês podem ver aí do lado. O máximo que consegui foi um espirro (ainda vão dizer que deixo a guria passar frio, pensei, mas publiquei mesmo assim em respeito ao meu patético esforço fracassado).

Vejo e revejo o vídeo duzentas vezes por dia. Bah!, é linda de qualquer jeito.

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Hoje, no Rio, a madrugada foi a mais fria do ano: 10 graus no Alto da Boa Vista.

Minha mãe está no RS e diz que lá tem sido difícil até lavar o rosto. Eu acredito. Para quem não sabe, sou uma gaúcha que mora no Rio há nove anos. Perdi completamente a resistência para aquele frio de rachar, confesso.

É por isso que eu digo: Leve um casaquinho!!!

PS (para quem é do Rio): Você viu que eu colei a previsão do tempo aí do lado?

domingo, 3 de junho de 2007

Saudades de bebê



- Aproveita bastante, porque passa muito rápido!

É a frase que mais ouço depois dos elogios feitos à minha filhinha. Quero contar um segredo: tenho saudades, já!, do tempo em que ela era recém-nascida. Mas ainda nem fez quatro meses! E mais: sinto também uma estranha saudade adiantada – do tempo em que ela será uma meninota linda a dizer gracinhas na fila do banco para me distrair.

Saudade é um bicho torto e sem sentido, assim mesmo. Ele ataca, quando a gente menos espera, espetando os bigodes numa bochecha desavisada que recém sorriu de alguma lembrança boa ou tola. E a saudade também é boa ou tola (ou ambas).

Não dá para evitar. Mesmo que a gente aproveite 100% do tempo presente – como se isso fosse possível! -, o fato de haver futuro e memória implica em saudade. Que remédio?

Para saudade não há remédio. Vejo mães se derretendo de saudades de seus filhos quando eram bebês; elas topariam engravidar agora? Nem pensar! Ao mesmo tempo, adoram ter os filhos já criados. Vão esperar pelos netos – e mimar muito, apertar, morder, fazer gorrinho de tricô e... morrer de saudade outra vez.

Ter um bebê em casa é um luxo. Você acorda e tem aquela coisinha cor-de-rosa descobrindo o mundo; como não descobrir junto? É o luxo da renovação, do reinício, dia após dia uma novidade diferente. Vai deixar muita saudade, sim, do cheirinho, dos barulhinhos, das mãozinhas, dos pezinhos...

A vida vai para o diminutivo e aumenta a gente.

PS: Na foto é ela - minha filha, com 11 dias. Passa voando.

Música, maestro! – Brilho e bom gosto na web

Um lugar onde a gente pode ouvir as melhores músicas, trocar idéias com pessoas interessantes, receber informações preciosas do mundo das artes (e absorvê-las com prazer e naturalidade), saber de curiosidades sobre a origem das palavras, participar de enquetes, assistir a vídeos comentados por quem entende do riscado... E tem até link para receita de ambrosia!

Isso existe?

Existe, e a minha filhota já é sócia do papai. Passe você também pelo Clube do Maestro.

sábado, 2 de junho de 2007

Estética pós-parto

Pele

Acabo de chegar do supermercado com um sabonete “fórmula firmadora” (um quarto de creme blá blá blá colágeno blá blá elasticidade blá blá). Não acredito em nada disso, mas – diacho! – comprei assim mesmo.

Ora, uma mãe tem que ser firme. Acho eu. Blá.

Cabelos

Ontem, durante o banho, retirei uma peruca (!!) da minha cabeça. Quando olhei minhas mãos, foi difícil acreditar. Fala-se muito sobre a queda de cabelo pós-parto, mas eu achei que pudesse escapar com vida... Que nada.

Se é verdade que os filhos nos fazem perder os cabelos, a minha começou cedo.

Corpo

Mentira que ter filho deixa a mulher baranga. Careca, sim – baranga, NÃO! Voltar ao peso anterior é rápido e você nem sente, sobretudo se estiver amamentando (amamentar emagrece realmente!). Fora o trabalhão que dá...

Claro, exercício físico – assim que o médico liberar - ajuda muito.

Barriga

Eu achava, por pura ignorância, que a minha barriga iria ficar molenga depois do parto. Não ficou. Sim, perde o tônus, mas fica uma barriga normal (de alguém que não malha), e não aquela coisa pelancuda e flácida que eu imaginava. É verdade que me cuidei muito durante toda a gravidez, engordei só o mínimo (8,7kg) – o que, além de ser aconselhável para fins estéticos, também é hoje recomendado pelos médicos para a saúde do bebê, da mãe e para um parto sem riscos.

Pois a disciplina valeu a pena. Quando eu estava grávida, ninguém dizia que eu estava grávida. Quando fui ter bebê, ninguém dizia que eu ia ter bebê. E, quando saí da maternidade, ninguém dizia que eu tinha tido um bebê.

Eu acho ótimo assim – ninguém dizia – porque, quando as pessoas podem dizer, elas DIZEM. Hoho.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Sempre alerta (até demais!)

Já aconteceu vááárias vezes: estou sentada no sofá da sala, escuto um ruído (pode ser uma porta rangendo, qualquer coisa) e fico alarmada – será que ela está chorando no berço?

Impossível. (Porque ela está aqui mamando no meu peito!)

Amamentação




A amamentação é um processo complicado nas primeiras semanas. Dói, incomoda, gera uma insegurança enorme. Não sabemos se o bebê está pegando o seio corretamente, se o leite produzido é suficiente, se o tempo que ele leva mamando é adequado e, principalmente: será que essa confusão vai durar para sempre?

Vai é passar muito rápido. Recomendo veementemente a pomada americana Lansinoh, feita de lanolina pura, já à venda no Brasil. Um tubo de 56gr custa, em média, R$70,00 – e dura muito! Eu só comprei um, usei todo e depois não precisei mais.

Depois de superada a fase inicial, a gente nem se lembra mais das dificuldades.

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Confira alguns benefícios, segundo pesquisas recentes (fonte: Revista Crescer – out./2006):

Crianças que mamam no peito têm três vezes mais chances de sobreviver em países em desenvolvimento, segundo a Unicef.

Mulheres que recebem orientação de especialistas em amamentação tendem a se sentir mais confiantes no papel de mãe e a fortalecer os vínculos com o bebê, segundo estudo sueco.

Pesquisa finlandesa com bebês nascidos em 1970 mostra que os que foram amamentados se tornaram menos estressados.

Estudos brasileiros confirmam que a presença do pai ajuda a aumentar o período de amamentação.

Pesquisadores ingleses indicam que a amamentação é benéfica para a pressão arterial dos bebês.

Segundo a revista americana Pediatrics, bebês amamentados até pelo menos 3 meses, mesmo com uso de complemento, são menos propensos a fazer xixi na cama no futuro.


* Leia aqui as 12 atitudes que fazem a diferença na amamentação.